Quem nunca copiou e colou um texto, que atire a primeira pedra!
É fato, que depois que inventaram o tal do “copia e cola”, a nossa vida melhorou muito, no quesito economia de tempo, ao redigirmos petições e/ou quaisquer outros textos.
Mas advirto, essa função vicia e deve ser usada com moderação.
Recentemente, lendo as mensagens de um grupo jurídico, do qual faço parte, um colega postou uma mensagem pedindo um modelo de petição bem simples, diga-se de passagem.
Alguns, prontamente atenderam o pedido do colega e enviaram o modelo e uma outra parte começou a criticar o colega por pedir um modelo de petição, que era bem simples de se fazer.
Diante do ocorrido, o colega que pediu o modelo de petição, se justificou dizendo que durante a faculdade não teve tempo de fazer estágio, pois tinha que trabalhar e estudar…
Se você é recém-formado ou inexperiente, fica aqui algumas dicas de quem já andou um pouquinho mais, nessa longa estrada da advocacia:
- Não se vitimize: se você não teve como fazer estágio durante a faculdade, precisa correr atrás do prejuízo. Ao invés de pedir modelo de petição, tente fazê-la e peça a um colega mais experiente para revisar. Se você não tentar, nunca vai aprender.
- Caia na real: o seu cliente quer resultado! O cliente não vai te contratar porque você tinha 2 empregos para conseguir pagar a faculdade e estudava à noite. O cliente não vai ter dó de você e é sua responsabilidade passar segurança ao seu cliente.
- Se coloque no lugar do cliente: seja franco com você mesmo e se pergunte: você se contrataria? Se você não sabe redigir uma petição básica, por que alguém deveria contratá-lo?
- Não brinque com o direito alheio: quando a pessoa contrata um advogado, ela está depositando o “direito” dela em suas mãos, de maneira que se você errar, você pode causar sérios prejuízos ao seu cliente! Logo, se não se sente seguro para patrocinar um caso sozinho, faça parcerias com colegas mais experientes que você e, aprenda com quem já tem expertise na área. Não é demérito não saber! Mas é demérito ser arrogante e não pedir ajuda para aprender!
- Fuja da lei do menor esforço: o “copiar e colar” é bastante atrativo, eu sei, mas só deve ser usado por quem já tem uma base jurídica sólida, por quem é prontamente capaz de fazer uma petição sozinho. Não se deve “copiar e colar” integralmente a peça de outro colega, devendo o modelo servir apenas de inspiração. Cada um tem uma forma de redigir e cada caso tem suas peculiaridades.
- Quando você só “copia e cola” a petição do colega, normalmente você não presta a mesma atenção que prestaria, se estivesse redigindo a petição, e com isso, você tende a não aprender como se faz e, também, não desenvolve um estilo próprio de redação. Ou seja, você vira a cópia do coleguinha: é isso que você quer?
- Você é capaz! Se você colou grau, passou na prova da ordem, você é plenamente capaz de fazer uma petição. Tenha orgulho de você e deixe rastros de sua competência e não de suas fragilidades.
- Aprenda desde cedo: Não se sangra em tanque de tubarões!